16 de fevereiro de 2008

NÃO AO FIM DO MUNDO

Em uma cerimônia que presenteou o povo da Turquia com a Arca de Noé construída pelo Greenpeace, ativistas se juntaram a celebridades, crianças e músicos para ler a Declaração de Ararat. Às vésperas da reunião do G8, o documento pede aos líderes mundiais ação para proteger os direitos humanos básicos, que estarão em risco para milhões de pessoas por causa dos efeitos das mudanças climáticas.

A Arca de Noé foi montada pela organização a 2.500 m de altitude, no monte considerado icônico, onde a legendária arca bíblica teria aportado após o dilúvio. Durante a cerimônia, 208 pombas, representando os países, foram soltas para, simbolicamente, carregar a mensagem a todo o mundo.

A Declaração de Ararat afirma: “Nós pedimos a vocês, líderes mundiais, que protejam nossas vidas, nossas casas, nossas comunidades e nossos recursos naturais das ameaças humanas e da natureza. Vocês não devem tomar atitudes que coloquem em perigo o bem estar das pessoas que vocês representam.”

“Se os líderes mundiais não são capazes de proteger seus cidadãos contra inundações avassaladoras, secas, crise de abastecimento e deslocamentos populacionais em massa, como prevêem os cientistas, sua liderança fica sem sentido”, afirmou Hilal Atici, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Mediterrâneo.

Os países do G8, os mais ricos do mundo, são responsáveis por mais da metade das emissões de gases de efeito estufa, e, portanto, têm uma responsabilidade maior em se comprometer a adotar metas de redução de emissões. O último relatório do IPCC afirma que os países industrializados deveriam reduzir suas emissões em pelo menos de 80% a 90% até 2050. O tamanho do problema ficou claro com a afirmação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: “A mudança climática é o maior desafio da nossa geração”.

A necessidade de redução radical nas emissões também é citada na Declaração de Ararat: “Pedimos uma cooperação global urgente contra uma catástrofe climática, que só será evitada se conseguirmos manter o aquecimento global abaixo do limite de 2°C. Isso significa estabelecer um programa radical de corte de emissões para os próximos 15 anos, e em 50% dos níveis de 1990 até 2050”.

“Ainda não é tarde demais para evitar o caos climático, mas nenhuma nação ainda se comprometeu a adotar metas sérias de redução de suas emissões”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil. “Se os líderes mundiais não se comprometerem com um programa radical de eficiência energética e adoção de fontes renováveis, o planeta vai encarar um desastre climático que poderia ter sido evitado”, complementou.

A recriação da famosa Arca de Noé pelo Greenpeace levou quatro semanas para ser feita no topo do Monte Ararat. Foram utilizados 12 m3 de madeira para construir o navio a 2.500 metros acima do nível do mar. O navio ficará na montanha e será usado como abrigo.

3 de fevereiro de 2008

O QUE DIZEM ACERCA DE JESUS?


O QUE DIZEM ACERCA DE JESUS?
By Pierre Arraes

Jesus, sem sombra de dúvidas, é a figura mais polêmica e intrigante de toda a história. Muito já foi dito sobre o homem que não só se declarou ser o Filho de Deus, mas que asseverou sua deidade. Ainda hoje, artigos em revistas científicas, jornalísticas, religiosas, websites, documentários, livros, procuram elucidar a personalidade de Jesus. As especulações são as mais diversas, desde o fantasma que enganou a muitos (docetismo) até o amante secreto de Maria Madalena. Quando não se tem material suficiente que assegure informações insofismáveis (algo não proposto pela Bíblia), a imaginação monta o quebra-cabeça ao gosto do cliente. Acontece que uma leitura honesta das Escrituras vai nos revelar, pelo menos, o suficiente acerca do Nazareno, do Galileu, do carpinteiro. Embora a Bíblia não seja pretenciosa em exaurir informações sobre Jesus, seu material se demonstra confiável e o mais rico acerca do mesmo. As informações seculares sobre Jesus, dentro de uma visão honesta, poderiam nos realçar o mesmo perfil cristológico, segundo Edwin M. Yamauchi – Ph.D., e V. Gary Habermas (Em Defesa de Cristo, Lee Strobel, Editora Vida). Entretanto é da Bíblia que extraímos nossa crença e confiança, naquEle que é a Palavra Viva (Jo 1.1).
Não obstante às inúmeras declarações sobre Jesus, nos deparamos com outro reflexo da volição humana em criar seu próprio salvador: incontáveis obras pictóricas do Filho de Deus. Cada uma reflete o pensamento corrente, a inspiração do pintor, preconceitos latentes, sentimentos piegas, entre outras formas de se dar vida àquilo que se sente. A figura “zefireliana” inspirada nas obras medievais, traz o cerne do preconceito, Deus não pode ter traços rústicos de um judeu, cuja vida não foi nada fácil; o perfeito representante e Senhor da raça humana deve travestir-se do manto das nuanças européias. “Em 1514 alguém forjou um documento, sob o nome de Públio Lêntulo... com a seguinte descrição de Jesus: É um homem alto, de boa aparência e aspecto amistoso e venerável; a cor do cabelo não tem comparação, de cachos graciosos... repartidos no alto da cabeça, caindo para frente em cascata, à moda dos nazireus; tem a testa alta, grande e impressionante; as faces não têm mancha nem ruga, belas e coradas; o nariz e a boca são talhados com primorosa simetria; a barba, de cor igual à do cabelo, abaixo do queixo e repartida no meio como um garfo; os olhos, de um azul luminoso, claros e serenos...” (O Jesus Que Eu Nunca Conheci, Philip Yancey, Editora Vida).
Longe de sermos preconceituosos com os europeus, apenas estamos fornecendo dados lógicos de uma concepção de Jesus. Não nos compete saber como Ele era, se essa informação fosse relevante e inócua, nós a teríamos, em primeira mão, na Bíblia. Partindo do ponto de vista dos devaneios humanos, Jesus seria um ectoplasma ambulante, talvez tivesse traços tibetanos, poderia ser negro devido ao sol, ou por ter passado alguns dias no Egito, teria um terceiro olho na testa e olhos grandes, ou poderia ser confundido com um simples mulçumano se não fosse sua barba enrolada de ortodoxo judeu, talvez fosse careca e vestia-se de vermelho e branco. Vale a citação
Mas por que tanta preocupação com os estereótipos? Será que foram olhos azuis ou cabelos dourados e face incólume que tornaram Jesus o que Ele é? Nos voltemos para a Bíblia, nossa regra de fé e conduta, e deixemos que ela nos fale sobre Jesus. Não temos espaço suficiente para delinearmos acerca das profecias,como a de Dt 18.15, mas tentaremos explicar a razão de algumas declarações.
Em Mt 16.13-17, Jesus quer saber o que dizem sobre Si. A resposta é que achavam que Ele era um tipo de profeta, do quilate de Elias, que tinha o coração do tamanho do de Jeremias ou que falava como João Batista, podemos até pensar numa falsa concepção reencarnacionista. Porém tudo isso cai por terra, diante da declaração de Pedro: Ele é o Cristo. É tudo que importa! Não há uma inspiração “michelângica” ou “davinciana”, não há lençóis ou toalhas com as silhuetas, nem bustos ou estátuas gigantescas, não é isso que interessa a Jesus e aos discípulos. É isso que Jesus afirma no verso 17. A revelação é divina, e ela tem um propósito – glorificar o Pai. Ainda em Mt 17.1-8; Mc 9.2-8 e Lc 9.28-36 fala da transfiguração de Jesus, Lucas deixa claro na sua narrativa que Pedro esboça um certo delírio nas palavras, e mesmo diante de tão maravilhosa visão nenhum gesto de preservar a lembrança do fato é mencionado, nem o próprio Jesus recomenda tal atitude. Em At 1.6-11, Jesus está ascendendo aos céus, diante de um grupo considerável de pessoas, a visão é sublime e todos ficam paralisados diante de sua grandeza e saudosidade, quando anjos lhes aparecem e perguntam o por quê daquela estagnação. Não há nenhuma alusão à confecção de um quadro retratando o episódio, apenas a promessa de que aquEle que subiu vai descer de novo. Em Apocalipse João é mais ousado, porém não anti-bíblico, suas descrições não são a matéria-prima para a realização de um retrato-falado e sim a expressão de um homem que se vê pequeno demais para descrever com precisão a grandiosidade do Deus Infinito, do contrário teríamos que dizer que Jesus se transformou num monstro.
Esses aspectos não são meramente religiosos.Há uma razão pela qual Deus não quis projetar Sua imagem. Isso se inicia em Ex 20.3-5, continua com o exemplo de Dt 34.6, ecoa em II Rs 18.4 (peço que leia) – a idolatria. Quando falamos de idolatria não estamos falando apenas da confecção do ídolo ou da imagem, falamos da latréia, o culto a elas, condenado em Ex 20. Paulo deixa as coisas mais claras em I Co 10.19-20. Mas quero deixar mais claro que a idolatria não é apenas isso, ela se revela como uma fuga do homem diante do seu Criador; quando o homem cria ícones aos quais presta culto, ele está depositando nesses ícones sua vida, sonhos, sentimentos, sua vida passa a ser um reflexo do seu deus. Este é o ponto crucial. Quando projetamos a imagem divina numa representação visível e palpável, somos inconscientemente levados a crer que esta representação traz consigo vicissitudes nossas, isto está claro em Rm 1.18-32. Dessa forma, se o deus representado traz consigo debilidades de caráter e conduta, esse deus não conduzirá o homem a uma mudança de vida e sim a uma resignação e conivência para com o pecado. Eram assim as religiões de mistérios da antiguidade, os cultos greco-romanos, e as celebrações religiosas de hoje, que precedem orgias e bebedeiras. Isso é idolatria e essas são suas conseqüências.
Voltando para Jesus, as declarações que temos sobre suas características físicas são tão suficientes quanto as que deram origem ao Homem de Neanderthal, cuja aparência e família foram formuladas a partir de um dente (incrível!!!). Então o que temos de Jesus?
· Ele foi uma criança como todas as outras, Herodes teve que ordenar a morte de crianças baseando-se numa faixa etária, não em características – Mt 2.16
· Ele teve um crescimento normal do ponto de vista fisiológico – Lc 2.40,52
· Ele consegue se perder dos pais, não há nenhuma áurea sobre Ele que O distingua dos demais garotos – Lc 2.43-45
· Ele é visto como um garoto de extrema inteligência, não como um alien – Lc 2.47
· Ele foi filho de carpinteiro – Mt 13.55
· Ele teve uma genealogia como todo judeu – Mt 1.1-17; Lc 3.23-38
· Ele é visto como uma pessoa comum demais para ser tão sábio – Mt 13.54-57
· Ele foi ignorado pelos samaritanos por ser judeu – Lc 9-53
· Ele foi motejado por Seus irmãos – Jo 7.3-5
· Ele conseguia se ocultar na multidão (Ele não brilhava) – Jo 7.10,11
· Ele tem força para desvencilhar-se de seus algozes – Lc 4.29,30
Não temos outras características de Jesus a não ser aquela que Isaías retrata em seu capítulo 53.2, mas isso não é uma característica física, e sim a condição de um homem que fora espancado. O que de fato importa é que Ele foi ferido por nós, Sua morte nos trouxe vida, Sua vergonha, honra. Ele nos reconciliou com o Pai, e é através de Seu sacrifício que temos livre acesso a Deus. Aqueles que O receberam e recebem como Senhor O verão, aqueles que O desprezaram e desprezam, também O verão, uns para glória, outros para condenação. Não importa como Ele seja, toda língua confessará o Seu senhorio, para glória de Deus (Fp 2.11).

“A visão de Cristo que abrigas
É da minha visão a maior inimiga:
A tua tem um grande nariz torto como o teu,
A minha tem um nariz arrebitado como o meu...
Ambos lemos a Bíblia noite e dia,
Onde você lê preto, branco eu lia.
William Blake

UM FESTIVAL DE BESTEIRAS


CONCORDO COM O MICHELSON BORGES, GOSTEI MUITO DA SUA REFUTAÇÃO SOBRE O QUE A REVISTA GALILEU PUBLICOU.....LEIA ABAIXO E SE PREFERIR LEIA A REVISTA TAMBÉM..

" NÃO RESPONDAS AO TOLO SEGUNDO A SUA ESTULTÍCIA, PARA QUE NÃO TE TORNES SEMELHANTE A ELE"
LEITURAS DE GALILEU
Por Michelson Borges em 15/1/2008


A palavra "hermenêutica" é definida como: (1) interpretação do sentido das palavras; (2) a arte e ciência de interpretar textos sagrados; e (3) a arte e ciência de interpretar leis. Essa palavra vem do grego hermeneo e significa "explicar, interpretar, traduzir". O termo está ligado à mitologia grega: o deus Hermes era o mensageiro dos deuses, mas ele não somente transmitia mensagens, como as interpretava também. Daí surgiu a palavra "hermenêutica". A hermenêutica bíblica, obviamente, se limita à interpretação do texto bíblico. E se vale de regras para fazer isso.
Pois bem, comprei e li a matéria de capa da revista Galileu de janeiro, cujo título é "Dá para viver segundo a Bíblia hoje?" Fiquei estarrecido. Geralmente evito o tom jocoso no que escrevo, mas não consegui pensar em outro título para este texto. O que li, descontando uma ou outra coisa, foi pura bobagem. Num só artigo, Galileu consegue subverter, desrespeitar e quebrar todas as regras básicas da hermenêutica.
O autor é o jornalista Cláudio Julio Tognolli, assumidamente devoto do ateu e "devoto de Darwin" (Veja) e Richard Dawkins. Logo de início, Tognolli se sai com esta:
"Começa aqui uma contradição que contrapunha à minha vida dois salmos. Afinal, Jeremias (13:23) sugere que o leopardo não pode mudar as suas manchas. Bem, costumo ir à academia de ginástica todos os dias, tentando perder a barriguinha. Pior: vi que a sunga utilizada para a empreitada tinha três tipos de fibra. Larguei a academia e fui buscar cuecas de algodão. Mas a única que tinha em casa era uma importada que foi deixada por uma ex-namorada que adorava usar peças íntimas masculinas. Não me julgue mal (não julgueis para não serdes julgado, diz [Mateus 7:1]). A solução foi comprar cuecas novas. Torrei mais de R$ 150. E meus membros doíam com a falta da academia."



Conhecimento que liberta
Tognolli podia ter-nos poupado de conhecer os hábitos esquisitos de sua ex-namorada... Mas deixa pra lá. O pior mesmo é demonstrar logo de cara que não está preocupado em saber o que os textos dizem de verdade. Afinal, o que tem a ver Jeremias 13:23 (passagem que mostra a impossibilidade de o homem mudar o coração por si mesmo) com ir ou não à academia?
Depois, o repórter que se propôs viver biblicamente mas pagou para uma cigana ler sua mão e rezou o terço bizantino dando a entender que essa prática é bíblica, escreveu:
"Não consegui seguir a Bíblia em muita coisa. Por exemplo, Efésios 5:4 proíbe obscenidades, falar bobagens [escrever também...]. Bem, no dia 2 de dezembro, um domingo, meu time do coração, o Corinthians, caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Mesmo barbado [aliás, Tognolli parece pensar que usar barba é a maior expressão de religião bíblica, pois vive falando disso no texto] tendo rezado o Terço Bizantino [não disse?] que padre Marcelo em pessoa me deu há quatro anos, estou aturdido pelos estupores da derrota: blasfemo, blasfemo piamente. Como é dito em João 8:32, só a verdade me libertará. A verdade da derrota não me libertou: sucumbi e xinguei quatro palmeirenses do edifício em que moro."
Deixando a piada sem graça pra lá, se Tognolli tivesse mesmo lido a Bíblia descobriria que o mesmo João diz que a verdade, na concepção bíblica, é uma pessoa: Jesus. É o conhecimento d’Ele (e é bom que se diga que no pensamento hebraico conhecer é experimentar, se relacionar) que liberta, não o mero conhecimento de coisas e fatos.


Um Deus pessoal
Numa conversa com um pastor batista (uma das poucas partes boas e que fazem sentido na matéria, diga-se de passagem), o repórter pergunta: "Pastor, sou professor e corrijo provas. Como, então, seguir Mateus 7:1, `Não julgueis para não serdes julgado´?" Que é isso? Nem parece o mesmo Claudio Tognolli que escreveu livros como A Sociedade dos Chavões, do qual gostei bastante. Aliás, nesse livro, ele afirma que "o espírito independente... perde sua desenvoltura e liberdade, sobretudo numa sociedade que cada vez tem menos tempo de ler e se serve cada vez mais da imprensa como alimento de sua formação de consciência e juízo". Como, então, sabendo disso, Tognolli presta esse desserviço aos leitores que não lêem a Bíblia mas vão pensar que o que ele escreveu é a verdade?



Um jornalista que escreve sobre chavões não é capaz sequer de entender um texto tão simples quanto Gênesis 2:18. Ele escreveu:
"Confesso ao obreiro [da Assembléia de Deus] que fiquei sozinho horas e horas lendo as escrituras [nem parece...]. E que, portanto, fui contra Gênesis 2:18, para o qual não é bom ao homem ficar sozinho."



Se Tognolli lesse o texto em seu contexto e com um pouco mais de atenção, notaria que ele se refere ao casamento e, quem sabe, resolveria reatar com a namorada que usava suas cuecas.
E ele encerra o texto com esta pérola: "O que levo disso? Talvez a certeza de que posso montar o meu Deus pessoal como um prato de restaurante a quilo." Não sei, não, mas acho que ele já tinha pensado em concluir a matéria desse jeito, quando encarou a pauta. Fazer o quê?
Quer conhecer alguém que viveu coerentemente os princípios bíblicos? Tenho o prazer de lhe apresentar Jesus.